Violência

Polícia investiga briga generalizada em frente ao Bilac, em Santa Maria

Maurício Araújo

"

Nem as escolas estão protegidas da violência das ruas. No final da tarde de quarta-feira, onde dezenas de alunos do Instituto de Educação Olavo Bilac encerravam as aulas, cerca de nove jovens que seriam, principalmente, dos bairros Lorenzi, Urlândia e Nova Santa Marta agrediram um homem de 28 anos que seria o pai de uma aluna da escola.

Um acerto de contas seria o principal motivo da confusão, que está sendo investigada pela Polícia Civil. A briga generalizada que ganhou os portões da escola e tomou pelo menos duas ruas próximas ao colégio escancara a realidade do município, levando autoridades e órgãos de segurança - e, agora, uma instituição de ensino - a agirem na contenção da violência.

Conforme a Brigada Militar, por volta das 15h30min, nove jovens, sendo quatro menores de idade, perseguiram e agrediram o homem. Ao perceber a aproximação do grupo, o homem entrou na escola, sendo perseguido pelos jovens. Com pedaços de madeira, tijolos e facões, eles alcançaram o homem na Rua Niederauer com a Barão do Triunfo. No momento, muitos pedestres que passavam pelo local presenciaram a briga, em que todos se machucaram. A Brigada Militar, acionada pela escola, alcançou o grupo e levou todos para a Delegacia de Polícia de Pronto-Atendimento (DPPA). Antes, foram  atendidos no PA do Patronato com cortes e lesões pelo corpo.

De acordo com Sandro Meinerz, da Delegacia de Furtos, Roubos, Entorpecentes e Capturas (Defrec), ainda na quarta-feira foi registrada ocorrência por lesão corporal contra os nove agressores e, também, contra o homem agredido. Após prestarem depoimento, todos foram liberados. Com o grupo, foram apreendidos quatro facões. O delegado trabalha com a hipótese de desavença.

A reportagem do Diário tentou contato com as pessoas envolvidas na briga. Nenhum dos jovens quis falar muito sobre o assunto.
- Ele atirou uma pedra num amigo nosso, e a gente revidou - disse um deles, encerrando a conversa.

A reportagem também tentou falar com o homem que seria pai de uma aluna do Bilac. Ele disse que estava no horário de intervalo do serviço e foi buscar a filha. Questionado sobre onde trabalha, o homem respondeu:
- Em uma lancheria. Não quero tocar nesse assunto porque já tenho passagem no crime e trabalho há um ano. Tu sabes onde moro? Na Nova Santa Marta. E tu sabes o que acontece com quem fala demais? - desligando o telefone em seguida.

Familiares disseram que ele mora no centro da cidade, e não na Nova Santa Marta. A direção da escola não confirma o nome do homem como sendo pai de uma estudante.

Após susto, busca por soluções

No dia seguinte à confusão, as aulas no Instituto Olavo Bilac ocorreram de forma normal nos três turnos da escola. Muitos pais procuraram a instituição atrás de respostas sobre o que realmente aconteceu na tarde de quarta-feira e, também, para saber se as aulas seguiriam.

Conforme Méri Musa Nogueira, diretora da escola, um cronograma de reuniões para discutir a segurança no local e investir em novas alternativas já está sendo organizado.

Apesar de as aulas não terem sofrido alterações, o assunto entre os alunos de todos os anos escolares era a confusão na saída da escola. Muitos disseram ter visto homens com facas e até armas de fogo em mãos.
- Parecia uma guerra - disse um aluno de 9 anos.

A publicitária Carolina Ferreira, 28 anos, conta que levou uma grande susto ao chegar para buscar a filha de 8 anos na escola, na tarde de quarta-feira:
- Ela estava dentro"

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Anterior

Posto de combustíveis é assaltado em Santa Maria

Próximo

Polícia Civil de Itaara já tem suspeitos para o assalto ao posto na terça-feira

Polícia/Segurança